segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Sèrgio Hinds: Guitarrista fala sobre história da banda O Terço e show lado B



   Em entrevista ao Coluna Blues Rock, o guitarrista brasileiro Sérgio Hinds contou um pouco sobre a trajetória da banda de rock progressivo brasileira, O Terço, seus discos clássicos e sua nova turnê, chamada de "O Terço lado B", onde pretende tocar músicas que não são executadas pela banda ao vivo há mais de 30 anos, bem como a épica " O Amanhecer Total", que, segundo o próprio músico, nunca foi tocada antes. O vídeo com a entrevista na íntegra pode ser conferido abaixo  Segue abaixo um resumo da mesma:
  Coluna Blues Rock: Como foi seu primeiro contato com a música? Foi via música brasileira ou através do rock?

  Sérgio Hinds: Foi a partir da música brasileira e erudita. Meu pai escutava música clássica, minha mãe foi cantora erudita e minha irmã tocava piano. Sempre teve muita música na minha família.

  Coluna Blues Rock: Como foi o processo de formação da banda O Terço?

  Sérgio Hinds: Eu tinha uma banda que fez uma viagem para um festival em Corumbá, Mato Grosso. Nesse festival, tinha uma banda chamada Joint Stock Company, em que faziam parte o Vinicius Cantuária, Jorge Amiden, César de Mercês. Eu tinha uma amizade muito grande com os integrantes, todos moravam no Flamengo, mas não fazia parte da banda.  Qaundo surgiu essa oportunidade de ir ao Mato Grosso, eu já estava fazendo algumas coisas com o Amiden e daí ele me convidou pra formamos uma banda por lá mesmo, já que a família dele era de lá. E então juntamos eu com Robertinho ( um rapaz que morava no Catete), Amiden e Vincius Cantuária. A princípio, o nome da banda era " Os Libertos" . Todos éramos católicos e o  nome O Terço foi escolhido depois por ser um símbolo sinônimo de união, que é algo muito importante para um grupo.

 Coluna Blues Rock : Sobre o primeiro disco

 Sérgio Hinds: Toda fase inicial do Terço, nós tínhamos liberdade total de criação. E isso pode ser já percebido nesse disco. Naquela época, não havia discussão sobre marketing, sobre alterar uma música. A gente fazia sempre o que queria e se a gravadora gostasse, ela fazia o disco. Por isso que esse período ( fim dos anos 60, início dos anos 70) é uma fase muito respeitada. Havia muita liberdade e criatividade.

  Coluna Blues Rock: Sobre o segundo disco

  Sérgio Hinds: Ele é o resultado da liberdade de criação, da mesma forma que as bandas progressivas faziam na época. Nele, você encontra coisas mais pesadas, influências de Grand Funk Railroad, além de temas mais longos como " O Amanhecer", que é uma música tipicamente progressiva. Não existia a preocupação do tipo " nós somos desse estilo". A liberdade era total.

  Coluna Blues Rock: Sobre o clássico " Criaturas da Noite", disco que marca a entrada de Flávio Venturini

  Sérgio Hinds: O Flávio Venturini veio para a banda por indicação do Milton Nascimento, quando estávamos precisando de um tecladista. Era um compositor de mão cheia. Ele trouxe muita melodia e harmonia para o som, o que acabou caracterizando o disco. Mas, se você comparar com o disco anterior, você percebe que já havia um caminho definido. Por exemplo, você tem " Hey amigo" que dá pra comparar com as nossas músicas mais rockeiras, assim como " 1974", que pode ser comparado ao " Amanhecer Total".

  Coluna Blues Rock: Sobre o álbum " Casa Encantada"

   Sérgio Hinds: Ele foi um disco que foi recebido com certa resistência por parte de nossos fãs. Na época, recebemos muitas críticas de alguns puristas do rock n`roll por mesclarmos percussão brasileira e elementos da MPB. É um disco que tem uma brasilidade, exatamente por isso.

  Coluna Blues Rock: Sobre o disco " Mudança de Tempo"

  Sérgio Hinds: O resultado comercial foi um desastre. O público não gostou muito por causa da mudança radical que nós fizemos neste disco.

  Coluna Blues Rock: Sobre outros projetos

  Sérgio Hinds: Eu sempre gostei de trabalho em banda. Eu faço algumas coisas solo ou instrumentais por oportunidades que surgem. Eu tenho um repertório bacana para fazer um trabalho instrumental e por isso fiz o projeto " Sesc Instrumental", que pretendo dar continuidade. Inclusive, quero lançar esse show em DVD e estou em conversa com o Sesc para isso.

  Coluna Blues Rock: Sobre o show "O Terço Lado B"

  Sérgio Hinds: Bem, não será somente um show lado B, até porque o público reclamaria, mas vamos tocar muitas coisas que não tocamos há muito tempo, como " Lagoa das Lontras" e" Gente do Interior", além de " O Amanhecer Total", que creio que nós nunca tocamos ao vivo antes.






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