quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Espaço do Leitor: Show do Dream Theater - Vivo Rio - 05/10/14



   Este espaço é dedicado ao leitor/fã de rock do site para escrever textos, resenhas ou crônicas sobre seu artista favorito, um disco, um show ou qualquer experiência marcante em que esteve envolvido relacionado à boa música. Para inaugurar a seção, aqui vai um texto escrito pelo fã do Dream Theater Luis Fernando Rios sobre o show realizado no Vivo Rio, no dia 05 de Outubro:

 "Mais um show do Dream Theater! Me preparei para ele como se estivesse indo a um concerto de música erudita, onde sentamos em poltronas ou bancadas, num teatro. Em verdade, o show não aconteceu nesses moldes, mas em uma casa onde boa parte do público assistiu de pé a um verdadeiro concerto de Prog Metal, sim senhores! Todos nós nos sentimos como se estivéssemos em um, de fato,  enquanto os músicos desfilavam seus épicos como se fossem sinfonias. 


   No comando dessa orquestra, estava o maestro John Petrucci. Com exímia performance, utilizando suas guitarras como batutas, ele extraía notas e mais notas, o que fazia com que o som penetrasse em nossas mentes cada vez mais rebuscado e tocante.  O set bem variado com canções longas de várias fases da banda proporcionou a ele a execução de uma infinidade de solos precisos, enigmáticos e emocionantes que levavam o público ao delírio.

   Em determinado momento, era impossível deixar de atentar para a performance de Mike Mangini, uma verdadeira máquina de bater, mostrando uma riqueza rítmica que cada dia mais se encaixa com a forma de tocar da banda. Era nítido o seu entrosamento com cada um dos outros membros. A impressão passada é de que tanto ele como o resto do grupo estavam muito à vontade. Destaque especial para o seu set, que parece que o engaiola. Preso ali, ele se transformava num monstro.

   O que falar de John Myung? Ele, ao longo da apresentação, foi deixando de lado a sua conhecida e notória timidez. Enquanto tocava as notas de seu baixo, mostrava a precisão de um metrônomo e deixava exalar a sua performance de uma competência fabulosa, sem contar o nítido e importantíssimo entrosamento com Petrucci.

   Jordan Rudess era um show a parte. Usando seus sintetizadores computadorizados, criava uma atmosfera melódica e, ao mesmo tempo, tensa, típica de um mestre dos teclados. Por vezes até nos remetia a um ou outro 'mago' do progressivo clássico. Grande performance individual deste 'bruxo' que , no set final, estava com seu chapelaço digno de um verdadeiro Merlin das teclas.

   Finalizando as performances individuais, James Labrie foi fantástico. Ele é o vocalista perfeito para o Dream Theater. Através de sua voz límpida e potente, ele mostrava uma alternância de notas digna de um cantor lírico. Harmônico e vigoroso, Labrie nos levava a uma fantástica viagem pelas histórias contadas nas letras das canções, dando vida a nossa imaginação.

   Admirando e analisando com critério o desempenho do Dream Theater nesta noite, que marcava o dia seguinte aos 20 anos do lançamento da obra-prima 'Awake', posso afirmar que esta banda possui uma uniformidade inigualável, composições marcantes e exímios músicos, o que a eleva a um patamar inatingível para as outras bandas de prog metal.

   ' Finally Free' encerrava o concerto com garra e alma inacreditáveis. Após aproximadamente 3 horas de show, olho para o amigo que, comigo estava compartilhando este momento, vejo seus olhos marejados, levanta a cabeça para os céus e agradeço ao que a boa música é capaz de nos trazer. Levanto da minha poltrona imaginário do meu 'teatro dos sonhos' e parto com a sensação de que este sonho continuará perpetuado em minha mente e meu coração... Até o próximo..."

                                                                                                                        Por Luis Fernando Rios            


 Matérias Relacionadas


   20 anos de um dos maiores discos do Prog Metal

   Após o inovador " Images And Words", álbum que trouxe o hit " Pull Me Under" e teve uma bem-sucedida turnê, resultando no disco ao vivo "Live At The Marquee", o Dream Theater entrava em estúdio para a produção de seu terceiro álbum. O sucesso comercial alcançado pelo último trabalho fez com que a gravadora definisse um prazo para sua gravação e colocasse nos ombros de todos uma pressão inédita até então.
   Quando pensamos no " Awake", inevitável se faz a associação à despedida de Kevin Moore. O tecladista, que era o principal motor criativo da banda na época, se afastou em função de divergências musicais antes mesmo do processo de mixagem.
   

   
   



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente Aqui:

Arquivo do blog