sábado, 5 de setembro de 2015

Centurion Classics: Especial Overload Festival ( Parte 2): Paradise Lost - Draconian Times




   Paradise Lost - Draconian Times ( 1995)




   Lançado no dia 7 de Junho de 1995, "Draconian Times" foi o quinto álbum de estúdio do Paradise Lost. O álbum que completou 20 anos esse ano foi o ápice em termos de performance técnica e composições certeiras da banda. Foi o álbum que abriu as portas da banda para a gravadora EMI, influenciando também na sonoridade mais comercial do discos seguintes  Mais melódico e menos pesado que seus predecessores, foi o trabalho que na época, diluiu bastante os elementos de Doom Metal e que praticamente definiu um estilo que unia influências do Gothic Rock dos anos 80 ao Heavy Metal, chamado de Gothic Metal, desta feita, influenciando 9 entre cada 10 bandas do gênero que surgiriam dali em diante. Estas influências, que já temperavam o disco anterior "Icon", assumiram o domínio de vez nesse novo trabalho.

    O álbum se mostra também como o mais acessível dos ingleses até então, as composições estão mais diretas no esquema estrofe - ponte- refrão, sem grandes mudanças de andamento. Mudanças sensíveis na sonoridade do grupo, mas que vieram de forma natural como uma consequente evolução de álbuns anteriores. E o resultado  de tudo isso é implacável: as músicas soam mais emocionantes do que nunca e a performance técnica de todos, principalmente do estreante na bateria Lee Morris, chama a atenção. O lider e vocalista Nick Holmes segue abandonando os guturais e alternando-se entre vocais mais rasgados (porém um pouco menos ríspidos) e os graves à la Andrew Eldritch do Sisters Of Mercy.

   O álbum se inicia com "Enchantment "em uma bela introdução de piano, com um andamento mais cadenciado e arrastado, introduzindo bem o clima melancólico do álbum, sendo um bom cartão de visitas para os fãs.

   Em seguida, músicas como " Hallowed Land" ( clássico sempre lembrado nos shows), o single " The Last Time" ( com seu refrão grudento) e a quase punk rock "Once Solem" surprendem por seu apelo mais direto como havia falado antes, mas sem abandonar o clima melancólico característico do grupo. Mesmo que uma " The Last Time" soe até demasiadamente animada para os seus padrões, as letras não nos deixa mentir. E o que dizer dos solos de guitarra de Gregor Mackintosh? Certeiro como nunca, em poucas notas, é capaz de expressar o que quer, vide o próprio solo maravilhoso de " The Last Time".

   Se na cadenciada " Forever Failure", a banda volta a explorar uma sonoridade mais densa, lembrando o trabalho de " Icon", músicas como " Shadowkings" e "Yearn For Change" tratam de trazer novamente mais energia e um apelo mais imediatista com refrões convincentes e acessíveis. Aliás, " Yearn For Change", um dos grandes momentos do álbum,tem o privilégio de nos remeter a todo o feeling de um The Cult  do disco "Love", principalmente no trabalho de guitarra que nos lembra o que o guitarrista Billy Duff fazia nessa época.

   O feeling da banda e o excepcional trabalho da bateria de Lee Morris salta aos olhos, encaixando viradas de entortar o ouvinte com uma naturalidade incrível. Em faixas com maior presença da "cozinha" como " Elusive Cure", " Shades Of God" ( com outro solo de guitarra maravilhoso de Gregor) e a bem trabalhada " Hands Of Reason", isso se mostra ainda mais evidente.

   Encerrando o álbum, " I see Your Face" e a bela " Jaded" traram de reforçar a melancolia do disco que termina dando a vontade de apertar play inúmeras vezes depois.

   " Draconian Times" preenche todos os requisitos de um grande clássico. Mesmo que não tenha a fama de clássicos multiplatinados da história do rock, tem todo o reconhecimento de uma cena gótica que se formou depois e suas músicas, mesmo após 20 anos, nunca cansam, seguem vivas e encantadoras até os dias de hoje.

  

 



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