terça-feira, 27 de março de 2018

Os Melhores Álbuns de 2017 Segundo Lucas Santos







   O ano de 2017 foi um grande ano e talvez o que me gerou maiores dificuldades para organizar esta lista. Dentre antigos e novos valores, muita coisa boa foi gravada. Então, sem mais demoras, amigos, vamos ao meu Top Ten de 2017:

 

10 – Neck Deep – The Peace And The Panic






   O Neck Deep é uma banda galesa de de pop/punk. A banda é formada por Ben Barlow (vocalista), Matt West (guitarrista), Sam Bowden (guitarrista), Fil Thorpe-Evans (baixista) e Dani Washington (baterista). “The Peace And The Panic” é o terceiro album de estúdio e o primeiro guitarrista Sam Bowden, único membro novo mas que já está tocando com o grupo desde 2015.

   O álbum traz uma sonoridade bem anos 2000, ano do BOOM do estilo pop/punk no mundo. As letras são em sua grande maioria bem diversificadas, vão de problemas adolescentes de auto estima, auto aceitação, críticas socias e políticas, relações amorosas e tragédias pessoais.

   Apesar da voz bem genérica do vocalista Ben Barlow, o Neck Deep mostra maturidade nesse novo trabalho com a bateria muito bem executada e bem harmonizada com as guitarras, temas polêmicos, letras profundas e sonoridade bem crua e animada.

   "The Peace And The Panic" é um grande álbum que traz a essência da época dourada do pop/punk com maestria e muita nostalgia.







9 – Kreator – Gods Of Violence






   "Gods Of Violence" é um soco no estômago, décimo quarto álbum de estúdio da banda alemã. O quarteto liderado por Mille Petrozza (vocal e guitarra) - completam a banda o guitarrista Sami Yli-Sirniö, o baixista Christian Giesler e o baterista Ventor, formação que já vem junta desde 2002 e com 5 álbuns nas costas.

   O álbum traz uma sonoridade clássica de Thrash Metal, mas com muitos riffs com passagens mais melódicas e harmonias bem elaboradas, sonoridade que me agrada bastante. É uma mistura muito interessante e executada em altíssimo nível. Mille e sua turma possuem um grande dom em explorar os diferentes ingredientes que compõe o metal com maestria.

   "Gods Of Violence" é um daqueles álbuns onde não consigo destacar somente uma música. Ele precisa ser ouvido como um todo, são quase 52 minutos de pura "porrada", solos monstruosos, vocal "arregaçado" e bateria explodindo!

   Um dos grandes álbuns de Thrash Metal de 2017 e um dos melhores trabalhos do Kreator.


                                                                     
                                       
             


8 – Cavalera Conspirancy – Psychosis



               



   Que Max e Igor Cavalera são os maiores representantes do metal brasileiro não podemos negar. Uma notoriedade que ambos ganharam com o sucesso do Sepultura. Após um longo hiato que envolveu briga e separação entre os irmãos, de uma reconciliação entre os dois já afastados do Sepultura, nasceu o projeto Cavalera Conspirancy, que nesse ano de 2017 chegou no seu quarto álbum de estúdio, “Psychosis”.

   O álbum é uma porrada atrás da outra, traz elementos de Thrash e Death e lembra muito a sonoridade da época de ouro do Sepultura. Em alguns momentos podemos também notar a influência de sons psicodélicos e tribais. A sequência “Insane”, “Terror Tactics”, “Impalement Execution” e “Spectral War” é absurda!! Um som pesadíssimo, com riffs incríveis, bateria "estourando" e vocais no talo! O álbum é sem dúvidas o melhor trabalho de Max desde que saiu do Sepultura.

   Resumindo em poucas palavras, “Psychosis” é um caminhão descontrolado descendo uma ladeira íngreme, quase sem freios, a mais de 1.000 km/h.

   Irmãos Cavelera, meus filhos, parem de brigar e continuem fazendo música.





7– Crazy Lixx – Ruff Justice








   O Crazy Lixx é uma banda formada em Malmöe na Suécia com todas as influências do Glam e Hard Rock dos anos 80. O quinteto foi formado oficialmente em 2002 e lançou Ruff Justice, seu 5º álbum de estúdio, e na minha opinião, o melhor.

   Ruff Justice traz a sonoridade clássica do Glam Metal dos anos 80: riffs memoráveis, vocal meloso e refrões grudentos, mistura que sou um POUCO suspeito pra falar, mas que é sim uma forma clássica de sucesso, se for é claro, bem executada. Músicas como “XIII”, “Walk The Fire”, “Shot With A Needle Of Love” e “Snakes In Paradise” cabem em qualquer grande clássico oitentista, e temos até uma super power ballad com “If It’s Love” e pronto, a farofa está completa!

   Ruff Justice é um grande álbum de Hard Rock, um dos melhores do gênero de 2017. Danny Rexon – vocais, Joél Cirera – bateria, Jens Sjöholm – baixo, Chrisse Olsson e Jens Lundgren – guitarras fazem uma bela homenagem a década de ouro do Glam Metal e tem, com essa formação, muita lenha pra queimar!



 



6– Night Ranger – Don’t Let Up








   "Don’t Let Up" é o 12º trabalho de inéditas do Night Ranger. O multipremiado grupo californiano fez muito sucesso nos anos 80 e ficou em hiato um bom tempo voltando a lançar novos trabalhos no meio dos anos 2000.

   O álbum traz nomes conhecidos dos fãs que estão há mais de 35 anos a frente da banda. A voz do também baixista Jack Blades continua impressionante, o virtuoso Brad Gillis "arregaça" nas guitarras com a ajuda do estreante Kerri Keli, (ex-Warrant, LA Guns, Slash’s Snakepit, Alice Cooper) que participou pela primeira vez de todo processo de criação da banda em estúdio, e as belíssimas levadas de bateria e vocais do também remanescente Kelly Keagy.

   "Don’t Let Up" é um discaço de Hard Rock! Logo a primeira faixa “Somehow Someway” já nos traz aquela sensação boa do que vem por aí que felizmente é confirmada com as seguintes “Day And Night”, “Running Out Of Time”, “Say What you Want”, a balada “We Can Work It Out” e por aí vai.

   Capturando toda a essência da fase oitentista da banda, "Don’t Let Up" traz os elementos característicos que tornaram o Night Ranger conhecido: o “duelo de vozes” entre dois excelentes cantores com melodias e refrãos grudentos e a harmonia entre a dupla infalível de mestres da guitarra com riffs e solos cativantes, reunindo toda a magia e experiência dos 35 anos de carreira da banda.





5 – Frenzal Rhomb – Hivis High Tea








   Álbuns de 20 músicas com 35 min só são encontrados em um gênero, Punk Rock.

   O Frenzal Rhomb está na estrada desde 1992 e eu era um daqueles que nunca tinha ouvido falar do quarteto australiano. "Hivis High Tea" não pode ser levado a sério. Títulos como “Classic Pervert”, “Cunt Act” e “I’m Shelving Stacks (As I’m Stacking Shelves)” nos refletem isso claramente. As letras são bem peculiares, politicamente incorretas e hilárias, e a banda faz questão de não dar a minima pra o que as pessoas estão pensando.

   O nono álbum de estúdio é um puro disco de Punk Rock, com músicas curtas, os famosos 4 acordes, vocal e bateria bem agressivos e baixo bem pulsante. Um divertidíssimo e excelente trabalho pra se escutar no último volume e entrar numa rodinha punk, Uma banda para seguir de perto e ficar de olho nos próximos lançamentos.



 



4 – Seether – Poison The Parish








   O nono trabalho de estúdio do Power Trio sul-africano é o melhor da banda nos últimos 10 anos. Shaun Morgan (Vocais e guitarras), Dale Stewart (baixo e backing vocals) e John Humphrey (bateria e percussão) já estão juntos desde 2003 e lançaram 6 dos 7 álbums da banda.

   Shaun declarou que queria explorar novas sonoridades com o Seether, mas prometeu que não deixaria a essência da banda de fora. Dito e feito!

   As letras, como sempre, tentam passar uma mensagem muito clara e objetiva e a sonoridade da banda não diverge muito do original, mas o que temos aqui são músicas mais elaboradas e com muito sentimento . É de se aplaudir como quase todas te tocam de uma maneira única e te fazem viajar e sentir o que o autor pretende passar com a sonoridade de cada canção. Algumas começam devagarzinho e vão evoluindo num crescendo, terminando como um grito de liberdade, como em “Let Me Heal”, enquanto outras já começam mais pesadas e transitam para uma parte mais suave e "clean" como em “Betray and Degrade”.

   O Seether sempre foi uma das minhas bandas favoritas desse movimento chamado Post-Grunge. Lançaram álbums que ajudaram a divulgar o gênero nos anos 2000 e em 2017, lançou o seu melhor trabalho desde “Finding Beauty in Negative Spaces”. Vale muito a pena conferir.






3– DED – Mis-An-Thrope






   O DED é uma banda formada por Joe Cotela (vocais), David Ludlow (guitarra, backing vocals), Matt Reinhard (bateria) e Kyle Koelsch (baixo, backing vocals).

   O Mis-An-Thrope é um disco cujo som consiste numa "mistureba" daquelas. O álbum de estréia da banda de Tempe, Arizona, o primeiro Full-Length, traz elementos de Hip Hop, Metal, Punk, Horror e muito “Fuck” nas letras.

   Se formos focar em apenas um gênero, podemos dizer que é um belíssimo álbum de Nu Metal com muitas referências a bandas do gênero que fizeram o maior sucesso. Podemos notar as frases ´´rappeadas`` como no Limp Bizkit, os elementos de terror e sons bizarros que são característicos do Slipknot, os gritos misturados com vocais mais limpos que fizeram de Chester Bennington do Linkin Park, um ícone da sua geração (R.I.P) e os riffs chicoteados com ênfase no baixo, som icônico do Korn.

   Destaco, além disso, o belo trabalho de backing vocals em praticamente todas as músicas, todas encaixam muito bem e ajudam os refrões a grudarem rapidinho.

   "Mis-An-Thrope" é um "discaralhaço" e DED é uma grata surpresa nesse ano de 2017. Já estou ansioso para escutar o que o quarteto tem guardado pros anos seguintes.



 


2 – Stone Sour – Hydrograd


   



   Corey Taylor é um dos meus artistas favoritos do metal moderno. Vocalista de uma das maiores bandas da atualidade, o Slipknot, conhecido principalmente por sua voz única, suas performances sempre enérgicas e sua personalidade forte, é também frontman e principal compositor do seu projeto paralelo Stone Sour.

   Corey tem a companhia de Josh Rand (guitarras), Johny Chow (baixo), Roy Mayorga (bateria) membros que fazem parte da formação clássica da banda e que estão juntos desde 2006, e que contam com a adição do guitarrista Christian Martucci substituindo o guitarrista Jim Root (parceiro de Corey no Slipknot e um dos fundadores da banda).

   Dando sequência, após quatro anos, a banda estava lançando “Hydrograd“, que prometia, segundo Corey, as melhores composições já feitas pela banda. Dito e feito!


   ´´Hydrograd`` é um álbum fantástico de Hard Rock, que passeia pelo metal em diversos momentos com riffs mais pesados, como em “Somebody Stole My Eyes” e “Mercy” (a minha faixa favorite do álbum). Além disso, temos faixas mais cadenciadas e com um feeling incrível como “Song #3”, “Whitness Trees”, “Thank God It’s Over” e até uma baladinha, “St. Marie”. Destaque como sempre para a incrível e conhecida capacidade de Corey de transitar por vocais mais agressivos para vozes mais melódicas e vice versa com uma qualidade ridícula!

   Arrisco dizer que "Hydrograd" é o melhor trabalho do Stone Sour e o melhor álbum de Hard Rock de 2017, o que só eleva a relevância de Corey Taylor e sua turma no cenário do metal moderno.





1 Álbum do Ano: Power Trip – Nightmare Logic


 


   Desde a primeira vez que escutei “Nightmare Logic” eu fiquei sem palavras. Uma expressão pra definir o álbum seria: Thrash Metal raiz!

   O segundo full-length da banda texana de Dallas, criada em meados de 2008 é um álbum curto com 8 faixas com um pouco mais de 30 minutos. O álbum uma porrada atrás da outra, ao melhor estilo Thrash Metal raiz dos anos 80. Não dá pra respirar. O vocalista Riley Gale tem uma voz quase que demoníaca e "arregaça" em todas as faixas. Os guitarristas Nick Stewart e Blake “Rossover” Ibanez criam um riff mais pesado que o outro com diversas passagens memoráveis e quebradas que deixam qualquer headbanger maluco, como a melhor faixa do álbum e a minha música favorita de 2017, “Firing Squad”. A bateria de Chris Ulsh (que também tocou guitarra na faixa “If Not Us Then Who?”) é de nos deixar de queixo caído, com pressão e qualidade que seguem intactas ao longo das 8 faixas, recheada de viradas "fodidas" e muito bem acompanhadas pelo baixo de Chris Whetzel.

    " Nightmare Logic"  não só foi o melhor álbum de 2017, como elevou o Power Trip a um outro patamar,conquistando mais fãs e tornando a banda uma nova potência e porque não uma realidade do Thrash Metal recente.

   "Nightmare Logic" é um álbum pra se escutar do início ao fim sem interrupção. Uma pérola do Heavy/Thrash Metal, que já consta na minha lista de melhores álbuns do gênero, ao lado de medalhões como Metallica, Megadeth, Slayer e por aí vai. Soltem os cabelos e batam cabeça com o melhor álbum do ano!






Menções honrosas:


1 – Greta Van Fleet – From The Fires - Esse álbum seria, sem sombra de dúvidas, minha posição número 1, mas devido às regras do blog, que devem ser seguidas a risca – se não o editor não publica né? - não podemos citar nenhum EP no top 10. Portanto, fica de menção honrosa essa pérola lançada pela melhor banda de 2017.


2 – Warrant – Louder Harder Faster- Segundo álbum da lendária banda oitentista de Glam Metal com o vocalista Robert Manson. Um grande álbum de Hard Rock ao melhor estilo clássico L.A dos anos 80. Cheio de feeling, solos e refrões grudentos. Jani Lane deve está super orgulhoso lá em cima.


3 – Code Orange – Forever – Um álbum bizarro que se estende e passa por todos os subgêneros do metal. Pesado com tons sombrios e demoníacos. Uma das grandes surpresas do ano.


4- Threshold – Legends Of The Shires – Um álbum maravilhoso e conceitual que nos leva a viajar pelas diversas e longas composições da banda. Citando o mestre e amigo Luis Rios, “Melodioso e pesado na medida certa”. Fantástico!


5- Papa Roach – Crooked Teeth – Após um período sem grandes lançamentos, a consagrada banda californiana se reinventa com "Crooked Teeth", uma aula de New/Nu Metal com canções marcantes como “Traumatic”, “Help” e “Crooked Teeth”. Bem vindos de volta.

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