sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Centurion Weekends: Rock Progressivo Italiano ( Parte II)



   Dando prosseguimento a sequência da saga Rock Progressivo Italiano, a Centurion Weekends com a colaboração do nosso amigo Luis Fernando Rios apresenta o seu segundo capítulo. [ vejam o primeiro capítulo neste link] . Desta feita, falaremos soubre os outros dois gigantes do estilo: Le Orme e Banco Del Mutuo Soccorso.



Le Orme








   O Le Orme nasceu em Veneza nos anos 60, como um quinteto que tocava um rock mais minimalista, clássico e psicodélico ao estilo de álbuns como " Magical Mystery Tour" e " Yellow Submarine" dos Beatles. O seu primeiro álbum de estúdio, chamado de "Ad Gloriam", foi lançado em 1969 contendo canções nesse formato. 

   Após o primeiro disco, a banda assumiria uma segunda encarnação, sendo reduzida a um trio, formado por Aldo Tagliapietra ( baixo, guitarra e voz), Tony Pagliuca ( teclados) e Michi Dei Rossi ( bateria). Esta formação representaria a formação clássica da banda, que a partir de então evoluiria o seu som, inspirada no rock progressivo britânico de nomes como o Emerson, Lake And Palmer

   Em 1971, veio então a gravação daquele que pode ser considerado uma das pedras fundamentais do rock progressivo italiano: " Collage", disco contendo pérolas lindíssimas e momentos clássicos, que alcançou o Top 10 das paradas italianas. Em 1972, com sucesso similar veio o álbum " Uomo Di Pezza" e em 1973, foi lançado " Felona e Sorona", sendo considerado por muitos como um dos melhores álbuns de rock progressivo de todos os tempos, com uma posterior gravação em inglês, graças a tradução do líder do Van Der Graaf Generator, Peter Hammil.. Tal versão ajudou a catapultar uma turnê em solo inglês, contribuindo para uma posterior carreira de relativo sucesso internacional. 

   Em 1974, o quinto disco, " Contrappunti" também atingiu o Top 10 italiano. No ano seguinte, " Smogmagica", é gravado em Los Angeles, já com a adição de um quarto membro para as guitarras ( Tolo Marton). Um álbum mais comercial, que desagradou a muitos fãs. Em resposta a isso, o grupo reduziu-se a um trio novamente para os lançamentos de " Verita Nascote" ( 1976) e " Storia O Leggenda", de 1977, que resgataram o lado mais progressivo de sua sonoridade.

   Em 1979, outra mudança aconteceu no direcionamento musical da banda, com a gravação de " Florian", um disco cuja gravação abdicou-se de instrumentos elétricos, sendo mais influenciado pela música de câmara. 

   Nos anos 80, o grupo tentou sem sucesso como muitos outros se adequar ao cenário pop da época e, após quatro álbuns descaracterizados e equivocados, passando por  um período de hiato, além de divergências com consequente abandono do tecladista Pagliuca, o Le Orme lançaria entre os anos de 96 e 2004 uma super trilogia, que resgataria com louvor o seu período glorioso, representada pelos álbuns " Il Fiume" ( 1996), " Elementi" ( 2001) e " L`Infinito" ( 2004)

   Em 2009, Aldo Tagliapetra deixou a banda, restando apenas o baterista Michi Dei Rossi como remanescente da formação clássica. Aldo tentaria ainda em vão obter os direitos sobre o nome da banda. 

   Michi Dei Rossi deu então prosseguimento a uma nova  formação da banda, com a adição de Fabio Trentini e, com essa última encarnação, o grupo apresentaria, em Março de 2011, numa sequência de 3 shows gratuitos, em Roma, o seu último álbum , intitulado " La Via Della Seta"

   Recomendações: 


   






Outras Recomendações: "Il Fiume" ( 1996), " Elementi" ( 2001) e " L`Infinito" ( 2004)


Banco Del Muto Soccorso







   Ela é uma das chamadas “Big Three” do RPI e, provavelmente, a mais complexa das três. Seu primeiro disco foi lançado em 1972, mas iniciaram sua trajetória antes disso, em 1969. Até 1972 as formações diferentes de músicos se sucederam e foi gravado algum material, que só veio à tona em 1989, recebdno o nome de “Donna Plautinna”.

   Os três primeiros álbuns da banda foram recebidos com enorme aclamação na Itália e posteriormente no exterior, através de uma compilação que continha esses três álbuns, chamada “Banco” (1975)“Banco Del Mutuo Soccorso” (1972), “Darwin” (1972) e “Io Sono Nato Libero” (1973). São obras que todos os adoradores de rock progressivo devem conhecer. São extremamente criativas e trazem toda a inventividade sinfônica, influências clássicas  e emotividade melodramática, que são as características marcantes desta incrível banda.

   Para o meu gosto, “Darwin”é algo divino e o melhor dos três, com passagens indescritíveis e intrincadas, mas que não deixam de lado a melodia e um clima da música tradicional italiana que ouvi muito por conta do gosto de meu finado pai que adorava as italianíssimas.

   Muito influenciados por Emerson, Lake And Palmer, Genesis, Pink Floyd e King Crimson, eles chegaram a marca de 25 álbuns lançados, tendo sido o último em 2003.

   Outros discos memoráveis são, “Garofano Rosso” (1976) na condição de trilha sonora e “Canto Di Primavera” (1979). Álbuns que mantiveram o estilo da banda irretocável.

   A partir da década de 1980, pouca coisa digna de nota foi lançada com exceção dos discos ao vivo e compilações, como por exemplo: “Live In Tokyo" (1997) e a compilação tripla “B.M.S.” de 1991.

   Seus músicos são muito talentosos. Capitaneados pelos irmãos Gianni e Vittorino Nocenzi nos teclados e seus duos fabulosos, a banda foi ao longo do início da década de 1970, completada por Marcelo Todaro e depois do terceiro álbum, Rodolfo Maltese na guitarra, Pier Luigi Calderoni na bateria, Renato D`Angelo no baixo e nos vocais o grande Francesco Di Giacommo, que nos shows sempre tinha destaque por suas interpretações teatrais e emotivas das músicas do Banco. Este line up foi o mais estável ao longo da história da banda, que na década de 1980, sofreu várias mudanças de formação. Hoje temos como remanescentes Vittorino Nocenzi e Rodolfo Maltese.

   Infelizmente, a nota triste é a morte de GIACOMO em um acidente automobilístico em 2014, quando ainda fazia parte da banda.

   Assim, deixamos a recomendação de não perderem a chance de conhecer esta banda maravilhosa, que ao longo das décadas é cada vez mais idolatrada no mundo do rock progressivo e mantém viva a cena do prog italiano como uma das mais profícuas do rock mundial.

   Esperemos pelos novos passos da banda sem seu grande vocalista...


   Recomendações:


  






Outras Recomendações:  Garofano Rosso ( 1976) e " Cantop Di Primavera" ( 1979)

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