O ano de 2014 já se foi há algumas semanas, mas o enorme volume de lançamentos nos leva a estender um pouco mais o espírito de retrospectiva. Dou início aqui à série de listas de melhores do ano de 2014, com colaboração de amigos e colaboradores do Centurion Rock. A cada domingo, uma lista de 7 álbuns será lançada. E, no final, um ranking será feito para que cheguemos ao veredito dos 10 melhores segundo a opinião do site. Listas são ótimas, pois sempre atraem interesse, geram discussões e servem para nos apresentar artistas novos ou até mesmo um disco daquela banda que a gente não ouve há tempos e nem lembrava que tinha saído no ano. Enfim, eis a minha lista de melhores de 2014:
1. Alcest - Shelter
2. Mastodon - Once More 'Round The Sun
O Mastodon é um daqueles exemplos de bandas que você pode desenvolver expectativa pelo novo lançamento, que certamente não se decepcionará. Em " Once More 'Rond The Sun", não é diferente. Peso, técnica, melodia e criatividade encaixados de forma extremamente coesa, além de um espírito " rocker" pouco presente na maioria das bandas de metal. A faixa " Motherload" não só causou espanto pelo seu polêmico clipe, como também por sua assombrosa qualidade.
3. Sólstafir - Ótta
Da distante terra do fogo e gelo ( Islândia), vem uma das bandas mais autênticas que tive o prazer de conhecer nos últimos tempos. Em já 20 anos de carreira, esses islandeses evoluíram muito o seu som desde o EP de estréia "Til Valhallar", onde praticavam apenas um Black/Viking Metal. Hoje, o que encontramos em " Ótta" é um caldeirão de influências, que inclui elementos de Post/Rock, Rock Progressivo, psicodelia, Post-Punk, Folk e ainda um certo e essencial tempero viking. Seu quinto álbum leva ao ouvinte uma experiência fantástica e viajante através das terras islandesas, com paixão vigorosa e emoção a flôr da pele. A faixa título é somente a canção mais incrível que ouvi nesse último ano!
4. Opeth - Pale Communion
Mikael Akerefeldt, líder do Opeth, é uma daquelas pessoas de criatividade instigante, sempre à procura de explorar experiências novas e que são capazes de passar por cima de obstáculos, ignorando opiniões alheias, em prol daquilo que considera como certo e ideal. Assim o foi no antecessor " Heritage", onde o outrora Death Metal progressivo fora substituído por uma sonoridade de Rock Progressivo setentista - um divisor de águas na carreira do grupo, que dividiu opiniões. Porém, em " Pale Communion", a sensação é de que Akerfeldt e sua trupe acertaram mais em cheio na dose, criando um álbum mais coeso, centrado e acessível. Em meio a músicas muitas das vezes elaboradas e intrincadas, o disco brinda o ouvinte com fartas doses de energia e melodia. A novidade desta vez fica por conta das harmonias vocais tão bem exploradas, como ocorre na sensacional " Eternal Rains Will Come".
5. Accept - Blind Rage
Os veteranos do Accept estão em grande forma desde a reunião com o vocalista Mark Tornillo. " Blind Rage" é o terceiro disco da série iniciada após esse retorno. E o que temos aqui é uma verdadeira aula de Heavy Metal tradicional.O trabalho de guitarras é de encher os olhos; que performance matadora e entrosada da dupla Wolf Hoffman e Herman Frank! ( uma pena Herman ter deixado a banda). Mark Tornillo mais uma vez cumpre bem o seu papel e Udo Dirkscheneider parece não fazer falta.
6. Transatlantic - Kaleidoscope
O supergrupo de Rock Progressivo formado pelas feras Mike Portnoy ( bateria, ex- Dream Theater), Neal Morse ( vocais e teclados, Solo e ex- Spock`s Beard), Ronie Stolt ( guitarra e vocais, The Flower Kings) e Pete Trewavas ( baixo, Marillion), lançou seu quarto disco no início de 2014. Após " The Whirlwind" ( 2009), álbum de canções mais curtas, o quarteto voltou a explorar com força total as músicas mais longas. E parece que seguindo o legado do lendário Yes, esses super músicos são craques na arte de criar épicos: " Into The Blue" e " Kaleidoscope" trazem de volta toda a áurea e esplendor da velha escola do Rock Progressivo. Fortemente recomendado para os fãs do estilo e que tenham a mente aberta para ouvir algo com uma produção mais moderna.
7. Pink Floyd - Endless River
O acontecimento mais marcante do ano: após mais de 20 anos, o Pink Floyd anunciou que lançaria um novo álbum. Com o título retirado do verso final da última faixa de " Division Bell", " High Hopes", o álbum se não é da categoria de clássicos como " Dark Side Of The Moon" e " Wish You Were Here" ( e nem deveria ser comparado a esses), consegue cumprir com louvor tudo a que se propôs. Partindo de peças retiradas das sobras de Rick Wright no " Division Bell", David Gilmour e Nick Mason fizeram um trabalho meticuloso, onde ao mesmo tempo em que homenageiam seu falecido ex-companheiro de grupo, fazem permear no decorrer de pouco mais de uma hora de audição, momentos que nos remetem a diferentes fases de toda a carreira "floydiana". E, conforme Gilmour havia declarado, é um trabalho evocativo e passional. Em sua simplicidade e singeleza, " Endless River" fecha com honra a discografia desse gigante do Rock.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente Aqui: