domingo, 6 de março de 2016

Melhores álbuns de 2015: Os melhores segundo Vinicius Tramont



   Dando continuidade à saga de melhores álbuns de 2015, o Centurion Rock reserva o espaço para o grande amigo Vinicius Tramont:


    1 – Iron Maiden – The Book of Souls




   Inegavelmente, sou um grande fã do Maiden, e como tal, gosto de todos os álbuns da banda. Ok, vamos lá, excetuando AMOLAD.Confesso, também, que é comum a necessidade de umas duas a três audições para uma melhor assimilação, principalmente a partir do "No Prayer for the Dying". Assim sendo, e acometido por uma grande tensão, começou a se desenrolar o décimosexto álbum, The Book of Souls. E a medida que a primeira audição transcorria, meus ouvidos eram brindados com pérolas como “If Eternity Should Fail”, “The Red and The Black”, “Death or Glory” e “Tears of a Clown”. Nesse momento, eu já não acreditava no que eu estava ouvindo. Eis que, uma introdução lindíssima de piano seguida por belos acordes de violino e violoncelo davam o tom da última música do álbum. Em meio a literais arrepios, ia transcorrendo a magistral “Empire of the Clounds”, dezoito minutos de um épico e um presente de Dickinson. Primeiro álbum duplo da carreira do Iron Maiden, The book of Souls é um festival de revisitações de sua carreira, com grandes hits e excelentes épicos. Reafirma a tendência neoprogressiva que a banda vem pincelando nos últimos trabalhos, sobretudo, sem perder sua essência, sem deixar de ser Iron Maiden.
UP THE IRONS!




2 –Dracula – Swing of Death




   Entusiasmante! Inebriante! Uma união extremamente bem-sucedida entre o performático e exímio vocalista Jorn Lande e o competente guitarrista e compositor Trond Holter. Num álbum conceitual, baseado na obra Dracula, de Bram Stoker, o que nós ouvimos é uma opera rock que passeia por várias vertentes do rock, como o Hard, Heavy Metal e o Metal Sinfônico. Destaque para uma interpretação de gala do sucessor espiritual de Ronnie James Dio, que nos brinda com uma de suas melhores performances. Outro ponto bacana no álbum é a participação da vocalista Lena Fløitmoen Børresen, como a mocinha seduzida pelo conde das trevas. Destaques para a alto-astral “Walking on Water”, pra ótima faixa título “Swing of Death” e para a bela “River of tears”. Ouçam!





3 – Nightwish – Endless Forms Most Beautiful




   O Nigthwish é uma banda pela qual tenho grande carinho e sou grande admirador do talento do tecladista e líder Tuomas Holopainen. Por isso, tento acompanhar com atenção os seus trabalhos. Os dois últimos trabalhos da banda, com a então vocalista Annete Olzon, sofreram duras críticas dos fãs, no entanto gosto muito desses álbuns, considerando o "Imaginaerum" uma obra-prima, reconhecendo que ele focou mais em ser uma trilha sonora orquestrada do que na própria banda, faltando equilíbrio. Está aí a palavra-chave: “equilíbrio”. E foi o que sobrou em "Endless Forms Most Beautiful". Percebemos a valorização da banda sem perder a grandiosidade da belíssima Orquestra Filarmônica de Londres. EFMB nos trouxe, agora de forma fixa, a magia dos instrumentos folks do multi-instrumentista irlandês Troy Donocley, nos trazendo ares mais celtas e a espetacular e versátil vocalista holandesa, Floor Jansen (ex-AfterForever e Reevamp), que mandou muito bem. Voltamos a ver o Tuomas solando e temos uma redução significativa da participação do baixista Marco Hjetala nos vocais. Álbum com peso, melodia e cadência; tudo bem harmonizado, e um quê de som intrincado que leva o "Wish" para um lado um pouco progressivo, como na épica e transcendental “The Great Show on Earth”, uma homenagem a criação do mundo e a natureza. Nightwish voltando a ser o que sempre foi e evoluindo, dado vôos ousados.




4 – Level 10 – Chapter One




 Chapter One é o primeiro trabalho do projeto Level 10, um super grupo formado pelo vocalista Russel Allen (Symphony X) pelo baixista Matt Sinner (The Sinner, Primal Fear) e que conta ainda com a participação do guitarrista Rolland Grapow (ex-Halloween). O som da banda gira em torno de um Heavy Metal mais moderno com pitadas de Power Metal e uma boa dose do Heavy Metal tradicional, lembrando o Black Sabbath era Dio. Por falar no mestre, é válido ressaltar os belos momentos em que o versátil Russel Allen, um dos melhores da atualidade, nos faz lembrá-lo. Na guitarra, Grapow nos brinda com excelentes e competentes riffs, como nas músicas “Whenthe Night Comes” e “Blasphemy”. Enfim, com essas feras, no mínimo, é preciso dar aquela conferida. Um álbum que vai agradar desde os fãs do Heavy tradicional aos amantes do Power.




5 – Europe – War of Kings



   Depois dos fantásticos “Look at Eden” e “Bag of Bones”, surge, no primeiro semestre de 2015, “War of Kings”. E que álbum! Podemos dizer que esse é o resultado de uma fase iluminada pela qual o Europe atravessa, banda, ao meu ver, injustiçada, outrora marcada por “The Final Countdown”. É inegável a influência blueseira do guitarrista John Norum, e essa característica continua marcante no som da banda sueca, como na música “Praise you”. Além disso,  é impossível não percebermos semelhanças com a banda britânica Black Sabbath, tanto na sonoridade, quanto nas linhas vocais empregadas competentemente  por Joey Tempest, podendo ser conferido na magnifica “Children of The Mind”. E para quem curte  o bom e velho Hard Rock clássico, temos a deliciosa “Days of Rock`n Roll". Concluo convidando aqueles que esqueceram do Europe ou que ainda tem “The Final Countdown” ecoando na cabeça a darem uma chance ao excelente “War of Kings”.




 6 – Room Experience – Room Experience




   De todas as minhas audições de 2015, Room Experience é, inexoravelmente, o disco mais agradável e gostoso que tive o prazer de conhecer, uma completa surpresa. Obra do italiano Gianluca Firmo, o projeto de AOR, Room Experience, é um Hard Rock melódico, extremamente grudento e repleto de energia. Boa parte dessa energia é posta por David Headman, vocalista da banda Pink Cream 69 e Voodoo Circle, que esbanja talento e competência com interpretações magistrais. Um dos destaques desse debut é a presença de belas baladas, como a deliciosa “The Only Truth”. Porém, o ponto alto do disco é a vibrante “One Way Out”.
Deliciem-se!!!



7 – Spork’sBeard – The Oblivion Particle




   A verdade é que nunca havia ouvido Spork’s Beard, nem conhecia. As audições de "The Oblivion Particle" se deram isento de qualquer material passado da banda, assim não o comparando com nada anterior. Nesse contexto, digo que as impressões foram excelentes. O álbum, décimo segundo, me agradou muito. A sonoridade é a mais variada possível e as referências, as melhores. Apesar de ser um álbum predominantemente de rock progressivo, é muito empolgante sentirmos o constante flerte com o metal progressivo, além de pinceladas sinfônicas. No óbvio tocante ao Marillion e Genesis, também não é difícil perceber algo de Triumvirat ou do neoprogressivo do Ayreon nas notas ou andamentos das excelentes músicas. Ouvimos aqui de um progressivo clássico e atmosférico a algo mais moderno e com agressividade comedida, e porque não dizer uma pitada de Pop honesto, além de uma sorte de instrumentos que me faz levantar as mãos para o céu e agradecer. A trupe norte-americana, ex banda do multi-instrumentista e vocalista Neal Morse, segue firme no comando do seu irmão, o guitarrista Allan Morse,  trazendo, pelo segundo álbum consecutivo o vocalista Ted Leonard, e nos agraciando com uma simbiose áurea. Se esse provavelmente não foi o melhor álbum de progressivo de 2015, na minha lista ele o é. 




   8 – Steven Wilson – Hand Cannot Erase




   Do talento e criatividade do reconhecido mentor e líder do Porcupine tree não nos resta dúvida. Uma prova disso veio em forma de mais um álbum solo, Hand Cannot Erase. Em seu quarto álbum de estúdio, provavelmente o melhor, Steven Wilson nos traz um trabalho bem caprichado, muito bem produzido e repleto de influências, girando, essencialmente, na órbita do Rock Progressivo. Não precisamos nos esforçar muito para identificarmos o Rock Progressivo setentista em “3 YearsOlder”; o Pop honestíssimo em “Hand Cannot Erase”; o Progressivo Sinfônico com pitadas de Metal na espetacular “Routine” ou o uso competente de elementos eletrônicos na transcendental “Ancestral”. Além de toda essa parte instrumental fantástica, ele ainda nos brinda com um conceito interessantíssimo, o de uma mulher morta em seu apartamento e esquecida, ficando assim por volta de 3 anos. E conta ainda com a participação da talentosa vocalista israelense Ninet Tayeb




   9 – The Answer – Raise a Little Hell




   "Raise a Little Hell" é um daqueles álbuns que nos deixam boquiabertos. Trata-se de um Hard Rock clássico, mas com um toque de modernidade. Isso sem falar dos momentos blueseiros e Stoner ,às vezes, com guitarras mais sujas e bom peso, combinação que me me agrada muito. E justiça seja feita, esses norte-irlandeses a fazem com esmero. Um dos pontos fortes desse trabalho é a regularidade pelo qual ele vai transcorrendo: música após música e nada de cair de qualidade. Outro ponto é a parte instrumental: excelentes riffs e uma bateria muito competente, sem esquecer da bela presença da gaita em “Aristocrat”; sensacional! Outro destaque fica pelas ótimas linhas vocais que se encaixam perfeitamente tanto nos momentos mais hard e acelerados como em “Long Live the Renagades”, quanto nas mais cadenciadas e blueseiras como “Last Days of Summer”. Impecável!




   10 – UFO – A Conspiracy of Stars




   Fico feliz quando ouço ainda hoje "dinossauros” fazendo trabalhos como esse. A britânica UFO, uma das primeiras bandas de Hard e Heavy Metal da história e grande influência de monstros como Bruce Dickinson, nos presenteou em 2015 com o excelente “A Conspiracy of Stars”. Apesar de ser considerado como um álbum de Hard, o que ouço é um fantástico e competente disco de Blues Rock. Com belas ambientações criadas pelas teclas de Paul Raymond, riquíssimos riffs e introspectivos solos do bom Vinnie Moore e o vocal mais grave e “blueseiro” do fundador Phil Mogg, “A Conspiracy of Stars” é item obrigatório no acervo dos amantes de boa música. 




Menções honrosas: Ótimos álbuns que valem a pena conhecer.

11 - Beardfish - +4626 Comfortzone

12 - The GentleStorm - The Diary

13 - Kiske&Somerville - City of Heroes

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