domingo, 29 de janeiro de 2017

Os melhores álbuns segundo Vinicius Tramont






   Dando prosseguimento às listas de melhores do ano de 2016, a Centurion Rock reserva o seu espaço para o amigo e colaborador Vinicius Tramont. A primeira lista pode ser conferida também neste link.



1 – The Neal Morse Band- The Similitude of a Dream




             

      God save Neal Morse!!!

   Não sei se isso explica, mas, foi exatamente o que pensei ao ouvir pela primeira vez “The Similitude of a Dream”. Esse cara é um homem santo. Primeiro, ele consegue compor um álbum conceitual baseado no livro “ Pilgrim`s Progress ” de  John Bunyam sem ter lido o mesmo e segundo, constrói um obra-prima contendo dois discos sem soar repetitivo e sem causar dispersão. Esse gênio e cristão da música progressiva, Neal Morse (Ex-Spock’s Beard e Transatlantic), faz mais uma vez parceria com seu grande amigo, o baterista Mike Portnoy (Ex-Dream Theater e mult-projetista). Nesta grande masterpiece, mergulhamos num Rock Progressivo moderno, com momentos de maior peso alternando com outros mais reflexivos, referendando as grandes influências que constrói a carreira de Neal Morse, como o Prog. Setentista e o Metal Progressivo. E nessa narrativa, que leva o Peregrino em busca da Cidade Luz, destaco pérolas como, “City of Destruction”, “The Ways of a Fool”, “So Far Gone” e “The Man in the Iron Cage”. Christian Progressive Rock essencial.




2 – Ihsahn – Arktis





   Um grande trabalho solo do compositor, guitarrista e vocalista norueguês, cujo nome verdadeiro é Vegard Sverre Tveitan, líder da banda de Black Metal Emperor, que terminou suas atividades  em 2001 e hoje vive apenas de reuniões, nos presenteia com um álbum solo que traduz sua vasta influência musical. Arktis é uma grande salada de estilos, onde encontramos, NWOBHM, Thrash e Stoner Metal, Industrial e até Jazz, tudo dentro de uma embalagem Extreme Progressive Metal. Devo enfatizar a qualidade dos músicos, que proporcionam linhas instrumentais de altíssimo nível e a competente atuação nos vocais do Ihsahn, que mostra grande versatilidade em transitar por linhas guturais bem agressivas a momentos onde usa sua voz mais suave e limpa. Destaco a contundente “My Heart is of The North”, a hipnotizante “South Winds” e a cadenciada e atmosférica “Celestial Violence”.




3 - Spiritual Beggars – Sunrise to Sundown







    O Spiritual Beggars é uma daquelas bandas/ projetos que já estão no mercado há duas décadas e muita gente nem sabe da existência. O projeto foi criado em 1992 pelo guitarrista e líder do Arch Enemy, Michael Amott, e já contou com " JB" do Grand Magus nos vocais, posto ocupado atualmente pelo bom grego Apollo Papathanasiou ( Firewind). A banda conta também com o ex-tecladista do Opeth Per Wiberg. " Sunrise To Sundown" é  o nono álbum da banda de Stoner Metal e traz na sua proposta a priorização do Hard Rock, mas sem abrir mão do peso e pegada característicos. A sonoridade do álbum gira em torno de influências como Deep Purple, Rainbow e Uriah Heep ( em especial na faixa " No Man`s Land"). Os destaques ficam por conta do uso abundante do órgão hammond, pelas diferentes distorções das guitarras ( muito perceptível na atmosférica " Lonely Freedom") e pelos grandes riffs de Stoner como na empolgante " Sunrise to Sundown" e na arrastada " Southern Star"






4. Universal Mind Project -  The Jaguar Priest





   " The Jaguar Priest" foi um daqueles trabalhos que acabei ouvindo atraído pela sua capa e, por fim, fiquei "babando" do inicio ao fim. A primeira coisa que me chamou a atenção foi o trabalho dos vocalistas, em especial da belíssima e potente voz da desconhecida cantora grega Elina Taivera ( ex- Seduce The Heaven . UMP é um supergrupo de Power Progressive Metal concebido pelo compositor e guitarrista norte-americano Michael Alexander e, dentre as ilustres participações, estão o vocalista e ex- Dream Theater Charlie Dominic, o baixista Mike Lepond ( Symphony X) e o tecladista  Mark Jansen ( Epica). A qualidade em " The Jaguar Priest" não se limita às linhas vocais esplendorosas e se deve em grande parte à sua exuberante parte instrumental. A beleza é tamanha que meus olhos marejam ao ouvir a simples voz e teclado de " A World That Burns". Esses caras dão uma aula de Metal Sinfônico e Power Metal, como fica claro nas faixas " Awakenined By The Light" e " Truth". Isso sem falar na fantástica e prog-metal faixa-título. Pena que esse trabalho provavelmente ficará encoberto por outros de bandas mais mainstream.




5 - Haken- Affinity





   O Haken é uma banda inglesa de Metal Progressivo da nova geração, daquelas que esbanjam criatividade e não se cansam de explorar novos elementos e sonoridades. Nesse primeiro álbum após a saída do baixista Thomas McLean e com Conner Green em seu lugar, o sexteto inovou com todos desta feita participando das composições, dividindo a responsabilidade que até então ficava somente nos ombros do guitarrista e tecladista Richard Henshall. No entanto, a jogada mais ousada ocorre na sonoridade bem oitentista aplicada ao álbum que se associa a sua temática focada no confronto entre a evolução das máquinas e a humanidade. O álbum é muito bom como um todo , mas destaco o épico " Architect", com seus quase 16 minutos, e a exuberante "1985".




6 – Metallica – Hardwired... to Self-Destruct






   Que eu não sou fã do Metallica não é segredo para meus próximos, então o lógico seria que eu nem ouvisse o álbum novo, mas fui cair na asneira de ouvir e não teve jeito: fazer o quê? O fato é, parece que James Hetfield e Lars Ulrich resolveram parar e repensar a carreira, tamanho o abismo que vemos entre "Hardwired... to self-Destruct" e seus antecessores. Os caras mergulharam na melodia da NWOBHM que de forma, extremamente, simbiótica se uniram ao seu “endurecido” Thrash, resultando em um belíssimo trabalho de Heavy Metal vigoroso, porém maleável e palatável.  Competentes viradas de Lars, lindíssimas harmonias de guitarra “Maidenianas”, espetaculares solos de Kirk Hammet e potentes riffs de James Hetfield, que ainda me surpreendeu com linhas vocais cristalinas e límpidas. Uma palavra que representa esse novo trabalho é regularidade. "Hardwire... to Self Destruct" é um álbum para fãs, e não fãs, de Metallica.






7 – Avantasia–Ghostlight





   Avantasia, o aclamado projeto de Metal Opera do prodígio alemão Tobias Sammet, lançou em 2016 o seu sétimo álbum, Ghostlights. Como sempre, Tobias reúne grandes nomes do cenário do Metal para darem vida, e emprestarem suas vozes, a seus personagens, como as figurinhas repetidas Michael Kiske (Ex-Helloween, Unisonic), Sharon Den Adel ( Within Temptation)  e Jorn Lande (Ex-Masterplan, Allen-Land) e os debutantes Geoff Tate ( ex- Queensrÿche) e Marco Hjetala (Nightwish). O novo álbum continua trilhando a linha do Metal Sinfônico, como na épica “Let The Storm” e “ Descend Upon You”, e do Power Metal, representada pela excelente “Ghostlight”. Mas, destaco a fantástica “Seduction of Decay", com seu riff arrastado e seus toques orientais .Considero “Ghostlight” o álbum mais maduro e equilibrado do Avantasia





8 – Headspace – All That You Fear is Gone





   A britânica Headspace é a banda paralela do ótimo vocalista Damian Wilson (Threshold) com o talentoso tecladista Adan Wakeman (Ozzy Osbourne e Black Sabbath), filho do lendário tecladista do Yes. Além dos dois famosos, a banda conta com talentosos músicos como o guitarrista Pete Rinald, o baixista Lee Pomeroy e o baterista Adam Falkner, substituindo a altura seu antecessor, Richard Brook. O quinteto lançou, em fevereiro de 2016, seu segundo álbum, "All That You Fear is Gone", que conseguiu, em certos pontos, superar seu antecessor, "I Am Anonymous" (2012), estando mais maduro, com seus integrantes mais entrosados, o que resultou em passagens mais intrincadas. Temos aqui músicas que flutuam habilmente entre o Rock Progressivo e o Metal Progressivo, com passagens atmosféricas, melancólicas, grandes riffs e momentos épicos. Uma clara salada de grandes referências como Yes (pelos belos momentos acústicos e muito pela semelhança na voz de Damian com a de Jon Anderson), Ayreon e com o jovem Haken. As épicas "The Science Within Us" (com mudanças constantes de andamento), "Secular Souls" (espetacular) e a Prog Metal "Kill You with Kindness" se destacam. Álbum obrigatório para os amantes do Rock/Metal Progressivo.



9 - MobRules – Tales From Beyond






   Após quatro anos, essa excelente e técnica banda, do forte cenário do Power Metal alemão, emerge com um novo trabalho de estúdio acachapante, "Tales from Beyond". Trazendo como sempre as grudentas bases do Power e forjando a elas uma essência de NWOBHM, a banda do vocalista  Klaus Dirks e do guitarrista Matthias Mineur apresenta um álbum potente e melódico, com uma clara visita a bandas como Iron Maiden e Saxon, como fica explícito nas fantásticas "Dykemaster`s Tale" e "My Kingdom Come". O trabalho instrumental é de excelência, com guitarras gêmeas fantásticas, belos fraseados de guitarra e uma bateria competente. Percebemos um toque Folk, devido a presença de instrumentos como o Tin Whistle e a gaita de fole. Nos vocais, essa é certamente, uma das melhores performances de Klaus, nos fazendo lembrar, em alguns momentos, o seu compatriota Michael Kiske.

Iron Maiden + Helloween + Blind Guardian = Tales from Beyond




10 – Nordic Union – Nordic Union





   Bem, enfim, é muito provável que a Nordic Union não conste em nenhuma lista de melhores do ano. Talvez por não trazer novidades, não ter ninguém do mainstream ou não ser isso tudo mesmo. O fato é que, lá esquecido no início de 2016, o fantástico vocalista dinamarquês Ronnie Atkins (Pretty Maids) e o sueco Eric Martensson (Eclipse) se uniram e lançaram esse projeto de Hard Rock Melódico, meio AOR. E com músicas como "The War has Began", "Hypocrisy", "Every Heart Beat", "When Death is Calling" e "21 Guns", não deu para deixar de fora. Os refrãos grudam na cabeça.



Menção honrosa


- Van Canto – Voices of Fire:

Vamos lá, a alemã Van Canto já chama a atenção por ser uma banda de, cujo único instrumento usado é a bateria. Isso mesmo, todos os outros instrumentos são reproduzidos pelas vozes dos seus talentosíssimos membros a cappella. "Voices of Fire" é um Opera Rock conceitual, pela primeira vez sem a presença de covers.

- Vivaldi Metal Project - The Four Seasons

Esse grandioso projeto se trata da releitura em Heavy Metal da lendária obra de Antonio Vivaldi, "As Quatro Estações". E sua grandiosidade se deve principalmente ao número de músicos envolvidos (mais de 70!), e pelas bandas fornecedoras de tais músicos, tais como: Yes, Helloween, Savatage, Symphony X, Scorpions e Testament. O Resultado foi excelente.

- Plini - Handmade Cities

O jovem australiano Plini, lançou em Agosto de 2016 seu debut, "Hand made Cities". Um álbum instrumental de Rock e Metal Progressivo que mostra o talento e o vigor desse jovem guitarrista de 25 anos. Vamos ficar de olho.

- Kai Hansen - XXX - Three Decades In Metal

Fantástico trabalho do grande guitarrista e vocalista alemão do Gamma Ray e ex-Halloween, Kai Hansen. XXX conta com grandes participações de vocalistas alemães, como Michael Kiske, Tobias Sammet e Hansi Kürsch. É um divertido e grande passeio pelo rico universo do Power Metal alemão.

- Devin Townsend Project – Transcendence


Sétimo trabalho do talentoso multi-instrumentista Devin Townsend como Devin Townsend Project. "Transcendence" é um álbum de Prog Metal muito marcado por uma atmosfera mítica. Um excelente trabalho para quem quer algo mais alternativo. 

Outras Escolhas


- Show que mais gostou em 2016: Iron Maiden


- Show que quer ir em 2017: AC/DC


 - Capa mais bonita:  Sunstorm – Edge of Tomorrow



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente Aqui: