segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Centurion Classics: Journey - Escape



   Há 35 anos, era lançado o maior clássico do Journey e um dos maiores clássicos da história do rock

   No dia 31 de Julho de 1981, era lançado pela gravadora Columbia o sétimo álbum de estúdio do Journey. O disco " Escape" não só veio a se transformar no maior êxito comercial da banda, tendo alcançado a marca de mais de 20 milhões de vendas de cópias pelo mundo, como entrou para a lista definitiva dos 200 maiores álbuns da história do  Rock And Roll Hall Of Fame.


   Após a entrada do grande vocalista Steve Perry no álbum " Infinity", o grupo estrelado pelo ex-guitarrista do Santana, Neal Schon, mudou drasticamente seu estilo do jazz fusion/ progressivo dos primeiros álbuns para o radiofônico e comercial AOR. E, a partir daí, iniciou uma crescente que culminou na produção desse trabalho que é uma referência obrigatória, quando o assunto é AOR.

   " Escape" sacramentou todas as virtudes já apresentadas anteriormente pela banda, mas de uma forma mais coesa e com um direcionamento mais bem definido. A produção de Mike Stone e Kevin Elson deixou o som do grupo mais polido, cristalino e forte, exaltando ainda mais as qualidades de todos os integrantes. Steve Perry atingiu o seu auge como vocalista, enquanto os outros instrumentistas alcançavam o brilhantismo em uma performance rica, melódica, mas direta e objetiva, sem os " floreios" de outrora.

   A canção que abre o disco é provavelmente a mais popular, o maior hit da história da banda e dispensa maiores apresentações: " Don`t Stop Believing" segue atual e encantando as novas gerações( parte disso se deve à trilha sonora do Glee, seriado da Dysney). A música em sua estrutura segue o padrão de crescendo, se iniciando de forma sorrateira nos teclados de Johnathan Cain e evoluindo até atingir o seu clímax no refrão depois de mais de 3 minutos. Bons tempos em que músicas comerciais não eram pasteurizadas. Uma bela canção e, na minha opinião, um dos grandes hinos do AOR ao lado de " More Than a Feeling" do Boston. 

   " Stone In Love" vem logo em seguida. Uma canção nostálgica, cuja letra fala de um amor da juventude. Um grande clássico que traz um pouco mais de peso, um trabalho marcante de guitarra de Neal Schon, o baixo de Ross Valory e seu timbre sensacional, além das harmonias vocais sempre destacadas da banda. Enfim, todos os elementos característicos da sonoridade do Journey.

   " Who`s Crying Now", a terceira faixa, é uma balada com todo aquele clima de light FM. Uma música suave, que demonstra todo o feeling que o Journey sempre apresentou nesse tipo de canção. Os teclados de Johnathan Cain e os vocais mais uma vez ganham destaque, com um belo solo de Neal Schon encerrando a canção.

   " Keep On Runnin`" retoma o peso e o lado mais rocker da banda. Uma música alto astral típica do AOR e com um refrão delicioso e grudento ao extremo. Mais uma vez, as harmonias vocais criadas pela banda deixam tudo ainda mais gostoso somado aos vocais supremos de Steven Perry.

   "Still They Ride", a quinta faixa, é uma balada lindíssima. Eis uma canção um pouco esquecida, se comparada a baladas como " Faithfully", " Lights" ou " Open Arms". A letra tem uma apelo bíblico, sugerindo que as pessoas ainda continuam a cometer os mesmos erros de sempre e se esquecendo de Jesus, chamado aqui pelo nome de Jessé. Ela encaixa perfeitamente no clima melancólico e reflexivo gerado pelo instrumental. Uma música que demonstra bem a performance de Steve Perry, com uma grande interpretação, um alcance surpreendente e uma voz incrivelmente bela. Na minha minha modesta opinião, um dos melhores vocalistas da história.

   Então, inicia-se o lado B do disco e o padrão de qualidade segue no topo. " Escape", a faixa título do trabalho, trata de animar as coisas, mostrando um alto nível de performance técnica e rítmica desta grande banda. "Lay It Down" e " Dead Or Alive" seguem no clima animado. " Lay It Down" com seu refrão grudento e aquela típica levada AOR recheada de empolgação e " Dead Or Alive", que, num estilo mais rockabilly, mostra uma lado mais divertido e descontraído da banda, com destaque para a performance de Johnathan Cain ao piano.

   Abro uma parênteses especial para falar de " Mother, Father", uma das grandes canções do Journey e que não segue um padrão costumeiramente radiofônico adotado pelo grupo, tendo em sua estrutura mudanças de andamento e um crescendo arrebatador. Uma música épica, forte, climática, emocional e envolvente desde seus primeiros acordes ao violão, que , como o próprio título sugere, aborda um drama familiar em sua letra. Mais uma vez, a banda dá uma aula de feeling e, novamente não há como não citar os vocais máximos de Perry ( que me perdoem a redundância inevitável dos elogios).

   E, para fechar o disco, outro grande clássico. A balada " Open Arms", presença certa nos setlists da banda. Uma música grandiosa e entoada com força por todos os fãs do Journey.

   É com muito prazer que encerro essa resenha e mais uma de muitas audições desse disco. Há álbuns tão marcantes e perfeitos, que você poderia simplesmente ouvir por uma vida inteira e nunca se cansaria. A emoção gerada seguiria sendo a mesma da primeira vez. Esse é o caso de " Escape", um dos meus discos favoritos de todos os tempos e, certamente, de todo fã que se preze do Journey. Um álbum obrigatório para todo aquele que venha a se interessar pelo AOR ou, simplesmente, para todo o amante de uma boa música atemporal.





   Journey - Escape (1981)

   1. Don`t Stop Believing
   2. Stone In Love
   3. Who`s Crying Now
   4. Keep On Runnin`
   5. Still They Ride
   6. Escape
   7. Lay It Down
   8. Dead Or Alive
   9. Mother, Father
   10. Open Arms
  
 

 

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Verdade ..... até hj " Don't Stop Believing " é tocada. É um clássico !!!

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  3. Sem dúvidas, Edmar, um megahit. Mas " Escape", " Stone In Love", " Who`s Crying Now" e " Open Arms" também entram facilmente na condição de clássicos, mesmo que não tão conhecidas do público geral.

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