Dando continuidade à saga de melhores álbuns de 2015, o Centurion Rock reserva o espaço para o grande amigo Vinicius Tramont:
1 – Iron Maiden – The Book of Souls
Inegavelmente,
sou um grande fã do Maiden, e como tal, gosto de todos os álbuns da banda. Ok,
vamos lá, excetuando AMOLAD.Confesso, também, que é comum a necessidade de umas
duas a três audições para uma melhor assimilação, principalmente a partir do "No
Prayer for the Dying". Assim sendo, e acometido por uma grande tensão, começou a
se desenrolar o décimosexto álbum, The Book of Souls. E a medida que a primeira
audição transcorria, meus ouvidos eram brindados com pérolas como “If Eternity Should Fail”,
“The Red and The Black”, “Death or Glory” e “Tears of a Clown”. Nesse momento, eu
já não acreditava no que eu estava ouvindo. Eis que, uma introdução lindíssima
de piano seguida por belos acordes de violino e violoncelo davam o tom da
última música do álbum. Em meio a literais arrepios, ia transcorrendo a
magistral “Empire of the Clounds”, dezoito minutos de um épico e um presente de
Dickinson. Primeiro álbum duplo da carreira do Iron Maiden, The book of Souls é
um festival de revisitações de sua carreira, com grandes hits e excelentes
épicos. Reafirma a tendência neoprogressiva que a banda vem pincelando nos
últimos trabalhos, sobretudo, sem perder sua essência, sem deixar de ser Iron
Maiden.
UP
THE IRONS!
2 –Dracula
– Swing of Death
Entusiasmante!
Inebriante! Uma união extremamente bem-sucedida entre o performático e exímio
vocalista Jorn Lande e o competente guitarrista e compositor Trond Holter. Num
álbum conceitual, baseado na obra Dracula, de Bram Stoker, o que nós ouvimos é
uma opera rock que passeia por várias vertentes do rock, como o Hard, Heavy Metal
e o Metal Sinfônico. Destaque para uma interpretação de gala do sucessor
espiritual de Ronnie James Dio, que nos brinda com uma de suas melhores performances.
Outro ponto bacana no álbum é a participação da vocalista Lena
Fløitmoen Børresen, como a mocinha seduzida pelo conde das trevas. Destaques
para a alto-astral “Walking on Water”, pra ótima faixa título “Swing of Death” e
para a bela “River of tears”. Ouçam!
3 –
Nightwish – Endless Forms Most Beautiful
O Nigthwish
é uma banda pela qual tenho grande carinho e sou grande admirador do talento do
tecladista e líder Tuomas Holopainen. Por isso, tento acompanhar com atenção os
seus trabalhos. Os dois últimos trabalhos da banda, com a então vocalista
Annete Olzon, sofreram duras críticas dos fãs, no entanto gosto muito desses
álbuns, considerando o "Imaginaerum" uma obra-prima, reconhecendo que ele focou
mais em ser uma trilha sonora orquestrada do que na própria banda, faltando
equilíbrio. Está aí a palavra-chave: “equilíbrio”. E foi o que sobrou em "Endless Forms Most Beautiful". Percebemos a valorização da banda sem perder a
grandiosidade da belíssima Orquestra Filarmônica de Londres. EFMB nos trouxe,
agora de forma fixa, a magia dos instrumentos folks do multi-instrumentista
irlandês Troy Donocley, nos trazendo ares mais celtas e a espetacular e
versátil vocalista holandesa, Floor Jansen (ex-AfterForever e Reevamp), que
mandou muito bem. Voltamos a ver o Tuomas solando e temos uma redução
significativa da participação do baixista Marco Hjetala nos vocais. Álbum com
peso, melodia e cadência; tudo bem harmonizado, e um quê de som intrincado que
leva o "Wish" para um lado um pouco progressivo, como na épica e transcendental “The
Great Show on Earth”, uma homenagem a criação do mundo e a natureza. Nightwish
voltando a ser o que sempre foi e evoluindo, dado vôos ousados.
4 – Level
10 – Chapter One
Chapter One
é o primeiro trabalho do projeto Level 10, um super grupo formado pelo vocalista
Russel Allen (Symphony X) pelo baixista Matt Sinner (The Sinner, Primal
Fear) e que conta ainda com a participação do guitarrista Rolland Grapow
(ex-Halloween). O som da banda gira em torno de um Heavy Metal mais moderno com
pitadas de Power Metal e uma boa dose do Heavy Metal tradicional, lembrando o Black Sabbath
era Dio. Por falar no mestre, é válido ressaltar os belos momentos em que o
versátil Russel Allen, um dos melhores da atualidade, nos faz lembrá-lo. Na
guitarra, Grapow nos brinda com excelentes e competentes riffs, como nas
músicas “Whenthe Night Comes” e “Blasphemy”. Enfim, com essas feras, no mínimo,
é preciso dar aquela conferida. Um álbum que vai agradar desde os fãs do Heavy
tradicional aos amantes do Power.
5 –
Europe – War of Kings
Depois
dos fantásticos “Look at Eden” e “Bag of Bones”, surge, no primeiro semestre de
2015, “War of Kings”. E que álbum! Podemos dizer que esse é o resultado de uma fase
iluminada pela qual o Europe atravessa, banda, ao meu ver, injustiçada, outrora
marcada por “The Final Countdown”. É inegável a influência blueseira do guitarrista John Norum, e essa característica continua marcante no som da banda sueca, como na
música “Praise you”. Além disso, é impossível não percebermos semelhanças com a
banda britânica Black Sabbath, tanto na sonoridade, quanto nas linhas vocais
empregadas competentemente por Joey Tempest, podendo ser conferido na magnifica “Children
of The Mind”. E para quem curte o bom e velho Hard Rock clássico, temos a deliciosa “Days of Rock`n Roll". Concluo convidando aqueles que
esqueceram do Europe ou que ainda tem “The Final Countdown” ecoando na cabeça a
darem uma chance ao excelente “War of Kings”.
6 –
Room Experience – Room Experience
De
todas as minhas audições de 2015, Room Experience é, inexoravelmente, o disco
mais agradável e gostoso que tive o prazer de conhecer, uma completa surpresa. Obra
do italiano Gianluca Firmo, o projeto de AOR, Room Experience, é um Hard Rock
melódico, extremamente grudento e repleto de energia. Boa parte dessa energia é
posta por David Headman, vocalista da banda Pink Cream 69 e Voodoo Circle, que
esbanja talento e competência com interpretações magistrais. Um dos destaques
desse debut é a presença de belas baladas, como a deliciosa “The Only Truth”. Porém,
o ponto alto do disco é a vibrante “One Way Out”.
Deliciem-se!!!
7 –
Spork’sBeard – The Oblivion Particle
A
verdade é que nunca havia ouvido Spork’s Beard, nem conhecia. As audições de "The
Oblivion Particle" se deram isento de qualquer material passado da banda, assim
não o comparando com nada anterior. Nesse contexto, digo que as impressões
foram excelentes. O álbum, décimo segundo, me agradou muito. A sonoridade é a
mais variada possível e as referências, as melhores. Apesar de ser um álbum
predominantemente de rock progressivo, é muito empolgante sentirmos o constante
flerte com o metal progressivo, além de pinceladas sinfônicas. No óbvio tocante
ao Marillion e Genesis, também não é difícil perceber algo de Triumvirat ou do
neoprogressivo do Ayreon nas notas ou andamentos das excelentes músicas.
Ouvimos aqui de um progressivo clássico e atmosférico a algo mais moderno e com
agressividade comedida, e porque não dizer uma pitada de Pop honesto, além de
uma sorte de instrumentos que me faz levantar as mãos para o céu e agradecer. A
trupe norte-americana, ex banda do multi-instrumentista e vocalista Neal Morse,
segue firme no comando do seu irmão, o guitarrista Allan Morse, trazendo, pelo
segundo álbum consecutivo o vocalista Ted Leonard, e nos agraciando com uma simbiose áurea. Se
esse provavelmente não foi o melhor álbum de progressivo de 2015, na minha
lista ele o é.
8 –
Steven Wilson – Hand Cannot Erase
Do
talento e criatividade do reconhecido mentor e líder do Porcupine tree não nos resta dúvida. Uma
prova disso veio em forma de mais um álbum solo, Hand Cannot Erase. Em seu quarto
álbum de estúdio, provavelmente o melhor, Steven Wilson nos traz um trabalho
bem caprichado, muito bem produzido e repleto de influências, girando,
essencialmente, na órbita do Rock Progressivo. Não precisamos nos esforçar
muito para identificarmos o Rock Progressivo setentista em “3 YearsOlder”; o Pop
honestíssimo em “Hand Cannot Erase”; o Progressivo Sinfônico com pitadas de Metal
na espetacular “Routine” ou o uso competente de elementos eletrônicos na
transcendental “Ancestral”. Além de toda essa parte instrumental fantástica,
ele ainda nos brinda com um conceito interessantíssimo, o de uma mulher morta
em seu apartamento e esquecida, ficando assim por volta de 3 anos. E conta
ainda com a participação da talentosa vocalista israelense Ninet Tayeb.
9 –
The Answer – Raise a Little Hell
"Raise
a Little Hell" é um daqueles álbuns que nos deixam boquiabertos. Trata-se de um Hard Rock
clássico, mas com um toque de modernidade. Isso sem falar dos momentos blueseiros e Stoner ,às vezes, com guitarras mais sujas e bom peso, combinação que me me agrada muito. E justiça seja feita, esses norte-irlandeses a fazem com
esmero. Um dos pontos fortes desse
trabalho é a regularidade pelo qual ele vai transcorrendo: música após música e
nada de cair de qualidade. Outro ponto é a parte instrumental: excelentes riffs
e uma bateria muito competente, sem esquecer da bela presença da gaita em
“Aristocrat”; sensacional! Outro destaque fica pelas ótimas linhas vocais que
se encaixam perfeitamente tanto nos momentos mais hard e acelerados como em
“Long Live the Renagades”, quanto nas mais cadenciadas e blueseiras como
“Last Days of Summer”. Impecável!
10 –
UFO – A Conspiracy of Stars
Fico
feliz quando ouço ainda hoje "dinossauros” fazendo trabalhos como esse. A
britânica UFO, uma das primeiras bandas de Hard e Heavy Metal da história e
grande influência de monstros como Bruce Dickinson, nos presenteou em 2015 com
o excelente “A Conspiracy of Stars”. Apesar de ser considerado como um álbum de
Hard, o que ouço é um fantástico e competente disco de Blues Rock. Com belas
ambientações criadas pelas teclas de Paul Raymond, riquíssimos riffs e
introspectivos solos do bom Vinnie Moore e o vocal mais grave e “blueseiro” do
fundador Phil Mogg, “A Conspiracy of Stars” é item obrigatório no acervo dos
amantes de boa música.
Menções
honrosas: Ótimos álbuns que valem a pena conhecer.
11 - Beardfish - +4626 Comfortzone
13 -
Kiske&Somerville - City of Heroes
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