Uma lista eclética, como acredito ser meu gosto musical dentro do universo do Rock e como foram os lançamentos deste fatídico ano para a música no geral. Muitas perdas tivemos, mas ótimos álbuns... Rock Progressivo, Blues, Heavy Metal, Hard Rock. Tem de tudo nas linhas que se seguem abaixo.
Coloquem um bom disco na vitrola, sirvam-se de uma boa bebida e sorvam o que vem a seguir... E sem nunca esquecer nossas influências.
1. OPETH – SORCERESS
Esta é uma banda de Heavy Metal que sempre primou pela qualidade do instrumental, mesmo quando estava começando a carreira e fazia uma música primal, pesada, extrema, mas original. De dois álbuns para este, o Opeth iniciou uma mudança de estilo, ainda priorizando o instrumental, mesclando com suas influencias e deixando pouco a pouco de ser extrema, para se tornar mais inventiva, original, com uma musicalidade fascinante, graças a essas influências do Prog Rock e do Hard Rock que seu líder tanto valoriza. Então, dizer o que? Eu digo... Excepcional!! Este álbum é simplesmente de outro planeta!
O Opeth utiliza instrumentos como o mellotron, cravo, órgão hammond e o piano, além de fazer uso de melodias árabes, medievais e de cordas variadas e muito bem produzidas. E para nos deixar ainda mais boquiabertos, aparece com uma pegada Stoner incrível, além das variações de andamento, alternando momentos pesados com outros acústicos, conforme manda a tradição do som da banda.
O fenomenal compositor, líder e guitarrista Mikael Akerfeldt e sua trupe de competentíssimos músicos deixam aflorar nas composições desta pérola em forma de álbum influências de bandas antológicas como Jethro Tull, Gryphon, Yes, Pink Floyd, Nektar e tantas bandas de Hard Rock setentista que não dá nem para citar.
‘’Sorceress” é lindíssimo, potente, muito original e levou 12 dias para ser gravado no País de Gales! Verdadeiras jóias como ‘’Sorceress’’, ‘’Will O`TheWisp’’, ‘’Strange Brew’’ e ‘’Era’’ devem ser apreciadas com muito carinho, mas o álbum em sua sequência deve ser tocado e suas melodias e variações observadas. Cada vez mais por isso, rendo graças a Mikael Akerfeldt por ele ter deixado para trás o Death Metal.
2. KANSAS – THE PRELUDE IMPLICIT
Este álbum é inacreditável!! Vindo de uma banda que dispensa apresentações. Neste trabalho, não há nada implícito. O que há, na verdade, são músicas dispostas numa sequência em que pouco a pouco, o ouvinte vai sendo levado a uma outra dimensão.
Que coisa linda! Melodias belas, andamentos progressivos e até momentos AOR e mais pesados. Com guitarras, violino, teclados e as batidas sempre inusitadas e criativas de Phil Ehart. O novo vocalista Ronnie Platt encanta e canta sem deixar saudades de Steve Walsh. David Manion ao piano, em seu primeiro álbum, assim como Platt, se harmoniza com as guitarras e o violino de David Ragsdale atua perfeitamente.
As canções são todas maravilhosas e você vai encontrar solos de guitarra que te farão marejar. Você vai até ouvir algumas canções quatro vezes seguidas como eu ouvi “With This Heart”, a brilhante “The Unsung Heroes”, “Summer” e encontrar já no final do disco, antes dos dois bônus, “Section 60”, que é uma lindíssima e emocional homenagem instrumental aos soldados americanos mortos nas guerras do Afeganistão e Iraque. "Section 60", na verdade, é um lugar especial no cemitério de Arlington, que serve como um memorial, onde estes heróis estão enterrados.
Este álbum fará de você uma pessoa melhor!
3. THE NEAL MORSE BAND – THE SIMILITUDE OF A DREAM
Este músico americano, muito religioso e genial, já escreveu dezenas de músicas e criou álbuns sensacionais, tanto com suas bandas Spock’sBeard e Transatlantic, quanto em carreira solo, como Neal Morse. Daí ele resolveu escrever um álbum conceitual sobre um livro de trocentos anos atrás que ele nem leu. Só resenhas e comentários. ‘’The Pilgrim´SProcess’’ (John Bunyan) de 1678.
Eu não li o livro, mas ouvi algumas vezes o disco e digo para vocês que é brilhante! E nem abrange todo o livro, só a primeira parte, mesmo sendo duplo. Ou seja, o cara além de ter uma indubitável criatividade, não necessita de muitos detalhes para criar algo insanamente espetacular.
É um álbum de Prog Rock Clássico, com influencias de tudo que o cara gosta e nós também, com influências de medalhões como Gentle Giant, Yes e Genesis, além de músicas melodiosíssimas, com as variações de andamento que a história do livro pede. Enfim...
Mike Portnoy está com ele novamente neste segundo disco desta formação e afirma que é o melhor trabalho dele e de Neal. Obras como ‘’The Wall’’ (Pink Floyd) e ‘’Tommy’’ (The Who), foram influências na estrutura de montagem do álbum. Neal compôs algumas faixas sozinho e depois, junto com seus colegas, construiu a sequência das músicas e uniu as melodias para dar corpo ao que temos nas mãos hoje para nos deleitarmos.
Épico! Não perca isso!
4. JOE BONAMASSA – ‘’BLUES OF DESPERATION’’
Este clássico do Blues Rock é sem dúvida mais um excelente disco deste prodigioso guitarrista americano de 39 anos, cuja fama e talento chamaram a atenção e mereceram elogios de ninguém menos do que B. B. King.
O álbum possui um som amadeirado, como os bons sons de Blues devem ter, mas com um frescor de vinho jovem. Kevin Shirley, produtor do Iron Maiden, é o responsável por esta sonoridade ‘’vintage’’.
Este "moleque" é um fazedor incrível de ótimos discos. Bem diferentes entre si, mas sem perder as características importantes que o transformaram já, num ‘’guitar hero’’ da nova geração. Desde o debut ‘’New Day Yesterday’’ (2000), que é imperdível Joe vem impressionando pelas suas ótimas composições, maravilhosos covers de músicas consagradas e shows marcantes.
Neste disco, ele usa 13 guitarras diferentes (verdadeiras relíquias de sua ‘’coleça’’), canta maravilhosamente bem e está muito à vontade na tarefa de compor. Seus solos estão cada vez mais repletos de ‘’feeling’’ e timbres inebriantes. Além disso e mais impressionante de tudo é que todas as composições são ótimas! Um disco que mescla o bom Hard Rock com o Blues e tem as faixas ‘’Mountain Clibbing’’, ‘’Drive’’, ‘’No Good Place For The Lonely’’ já com pinta de clássicas. No mais, como já falei, não tem nada de mediano, vide a faixa título que é o destaque. É antológica!!
5. MEGADETH – DYSTOPIA
Este disco é uma avalanche de riffs! Dave Mustaine produziu composições muito boas e Kiko Loureiro trouxe para a banda uma renovação com seus solos grudentos e potentes. As canções vão se seguindo numa sequência avassaladora e empolgante e o novo batera, Chris Adler, como uma máquina criativa, vai marcando as músicas e dando uma cara nova realmente ao som do Megadeth.
Não tenho dúvidas de que esses dois caras são muito responsáveis por esse disco ser tão poderoso!
‘’Dystopia’’ nos leva lá para trás, aos anos dourados da banda, mas apontando para o futuro de forma promissora. O chefe está cantando muito bem e isso ajuda muito. Nos lembramos de ‘’Countdown to Extintion’’ e ‘’Endgame’’, por exemplo, e conseguimos ver semelhanças com este novo álbum. A produção é belíssima e o disco traz petardos como ‘’The Threat is Real’’, ‘’Dystopia’’, ‘’Poisonous Shadows’’ e ‘’Post America World’’ que nos levam a loucura.
Ei Mr. Mustaine, o senhor deveria segurar essa formação aí por um tempo, porque deu muita liga!!
O álbum é um extrato de pancadaria da melhor qualidade!
6. LAST IN LINE – HEAVY CROWN
Aparentemente esses sujeitos se juntaram em 2012 para fazer uma reedição caça níquel com covers da banda que Ronnie James Dio montou para gravar seu debut solo álbum ‘’HolyDiver’’. No entanto, não foi isso que aconteceu. Os caras resolveram gravar um disco de inéditas e arrebentaram!
Vivian Campbell está sensacional na guitarra, Jimmy Bain arrasador no baixo, Vinny Appice marcando forte na bateria com a aparição muito impressionante do vocalista Andrew Freeman, tentando não imitar Dio e, sem firula, indo direto ao ponto.
O resultado é muito bom. Consiste em um Hard Rock com passagens que lembram Sabbath, Thin Lizzy em alguns momentos e obviamente Dio. Mas muito bem gravado, produzido e com músicas de criatividade, peso e levada impressionantes. O álbum todo é um petardo! ‘’Devil in Me’’, ‘’Starmaker’’, ‘’Blame it on Me’’ ,‘’Curse The Day’’ "explodem" qualquer pensamento de que os caras ficaram em cima de um Rock clichê apegado ao passado. Os órfãos de Dio estão levando a frente seu legado com maestria.
A nota triste, foi que em janeiro de 2016, quando eles iriam sair em turnê junto com o Def Leppard, do qual faz parte Vivian Campbell, Jimmy Bain faleceu de câncer e findou a chance de um futuro com os três caras que foram responsáveis pela primeira gravação solo de Dio.
Esperemos para ver o que vem por aí...
7. WOLFMOTHER – VICTORIOUS
Aqui temos um petardo em forma de Stoner, Hard Rock e Classic Rock, tudo misturado na medida, um vocalista que tem uma voz bem eclética, e arranjos que nos remetem a Sabbath, Led Zeppelin e Grand Funk Railroad. Isso é ‘’Victorious’’, quarto álbum desta banda australiana formada em 2000.
Uma banda que tem pitadas de AC/DC e momentos psicodélicos não tem como não dar certo. Este álbum é tão bom quanto seu ‘’debut homônimo e quanto o segundo, ‘’Cosmic Egg’’. O hoje trio formado por Andrew Stockdale (vocal e guitarra), Ian Peres (baixo, teclados e vocal) e Alex Carapetis (bateria), deixa claro com este álbum, que a Austrália tem coisa muito boa para mostrar no Rock. Músicas como ‘’Baroness’’, ‘’Best of a Bad Situation’’ e ’’Happy Face’’ exalam influências Hard Rock e empolgam muito.
Que veneno esta banda e este álbum!!
8. THE DEAD DAISIES – MAKE SOME NOISE
Cara, dá uma olhada no ‘’lineup’’ dessa banda!! John Corabi (ex-Motley Crüe) nos vocais, Marco Mendoza (ex-Whitesnake / Thin Lizzy) no baixo, Brian Tichy (ex-Whitesnake) na batera, Doug Aldrich (ex-Whitesnake / Dio / Burning Rain) na guitarra solo e para dar um toque exótico, David Lowi (fundador desta banda em 2012) na guitarra base. Tem alguma possibilidade destes sujeitos não fazerem algo de relevante? Até tem, mas não foi o caso.
Para começo de conversa, David Lowi é um milionário australiano bacharel em comércio, que vem de uma família riquíssima, pilota aviões de acrobacia (tem inclusive em sua coleção particular alguns ‘’Spitfires’’) e que nas horas vagas, toca guitarra muito bem. Ele já teve a seu lado nesta empreitada, desde o primeiro álbum homônimo de 2013, vários músicos importantes, mas essa última formação realizou um trabalho incrível.
Nesse terceiro álbum da banda, as influencias estão no Hard Rock setentista e em composições que possuem riffs avassaladores, que vão lembrando desde AC/ DC, Motley Crüe, Kiss até The Cult, mas sem parecer uma cópia. Percebemos baixo e bateria muito entrosados e Corabi fazendo um vocal extremamente alinhado com o ótimo instrumental. Destaques para ‘’Long Way to Go’’, ‘’We All Fall Down’’ e ‘’Last Time I Saw The Sun’’. Além destas, temos dois covers sensacionais do Credence Clearwater Revival e The Who.
Empolgante ao extremo!!
9. BLUES PILLS – LADY IN GOLD
Aqui está uma verdadeira novidade que veio à luz em 2011 na cidade de Örebro, Suécia. Sonoridade Hard-Soul-Blues que nos remete a Led, Free, Fleetwood Mac, Hendrix, Stones, The Hollies, Traffic etc. São muitas influências trazidas pelo guitarrista Dorian Sorriaux, que completou 18 anos em 2013 e seus amigos de banda. Eles são Franco-americano-suecos, possuem um visual “Hippie Woodstock” e tem como destaque principal a linda vocalista Elin Larsson, que possui uma soberba voz que lembra demais Janis Joplin. Sensacional!
Este segundo álbum é bem melódico com bateria e baixo muito vivos e marcantes, piano, hammond e mellotron magistralmente tocados por três músicos adicionais e tudo isso para que Elin e Dorian façam um trabalho estupendo e harmônico.
Os Blues Pills provavelmente serão uma banda “underground” por não fazerem um som da moda, mas certamente terão longa vida. Há muito talento e musicalidade neste quarteto. Vai ouvir essa maravilha já!
10. VIOLETA DE OUTONO – SPACES
Para quem não conhece ainda, o Violeta de Outono é uma banda genuinamente brasileira de Rock Progressivo que foi formada em 1985, numa época em que o Rock passava por provações e ataques!! Passados mais de 30 anos aí estão os caras que acabaram de fazer um álbum de respeito:
‘’Spaces’’ é o seu sétimo álbum.
Fabio Golfetti é hoje o único membro fundador presente na banda e traz um trabalho contendo muitas influências que permearam a carreira do grupo, como Pink Floyd, Beatles e Led Zeppelin.
O que mudou ao longo do tempo na música do Violeta foi a passagem de um estilo muito psicodélico e de músicas curtas, para um instrumental mais progressivo e virtuoso, que chegou ao seu ápice no álbum anterior, o excelente ‘’Espectro’’, e se mantém neste.
As fabulosas ‘’Imagens’’ e ‘’Cidade Extinta’’ são canções com passagens marcantes do órgão de Fernando Cardoso e excelentes arranjos do baterista José Luiz Dinola. As guitarras de Golfetti são um caso à parte. O nosso Syd Barrett brasileiro está criativo como sempre e apresentando timbres belíssimos, que são marca inconfundível no som do nosso Violeta.
Vão rápido degustar essa maravilha fantástica do nosso Progressivo!!
MENÇÕES HONROSAS
1) ALTER BRIDGE - THE LAST HERO : pesado, melódico e com a voz do melhor vocal do rock atual, Myles Kennedy,
2) ANDERSON / STOLT - INVENTION OF KNOWLEDGE: melódico e progressivo como o Yes e com a verdadeira voz
3) METALLICA - HARDWIRE... TO SELF-DESTRUCT: sejam bem-vindos de volta - ótimo do início ao fim.
4) THE CULT - HIDDEN CITY: eles estão por aqui com a mesma pegada, mas não tocam mais nas rádios. Obrigado por isso.
5) SPIRITUAL BEGGARS – SUNRISE TO SUNDOWN: banda de músicos de metal que resolveram há tempos fazer Hard Rock Setentista. Vai ver na maravilha que deu isso.
Outras Escolhas...
.SHOWS QUE QUERO ASSISTIR EM 2017:
1) Roger Waters
2) Reinassance com Annie Haslam
.MELHOR CAPA: Opeth - Scorcerres
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