Inauguração da nova coluna do Centurion Rock, Centurion Weekends vem com a proposta de trazer dicas de audição para o seu fim de semana. Os únicos critérios para a escolha desses sons, além da excelente qualidade de cada um, é que os álbuns indicados não sejam lançamentos e, claro, não sejam obviamente de medalhões que quase todo "rocker" conhece.
E para inaugurar essa seção, fomos até a Suécia, berço histórico de grandes bandas de Hard Rock e Heavy Metal e que, nos últimos 10 anos principalmente, tem apresentado uma farta cena de bandas de gêneros como Stoner, Occult Rock e Hard Rock, que bebem diretamente das mágicas fontes dos sons dos anos 70 de grupos como Led Zeppelin, Black Sabbath, Pentagram, Blue Cheer, Thin Lizzy, etc, sendo o expoente o mais famoso deste nicho o Ghost, com sua ampla teatralidade e um marketing bem apelativo, diga-se de passagem.
E para iniciar a quem ainda não conhece esta cena, selecionamos duas grandes bandas: WithCraft e Grand Magus, com destaque para os álbuns "Legend" e "Grand Magus".
Withcraft
Formada no ano 2000, em Orebro, na Suécia, o Withcraft começou com uma proposta inicial do vocalista e guitarrista Magnus Pelander em prestar tributo ao vocalista Bobby Liebling, do Pentagram. O projeto acabou se transformando em banda com adição de outros integrantes e no ano de 2004 fora lançado o primeiro álbum homônimo, tendo a peculiaridade de haver sido trabalhado em um estúdio de porão com equipamentos de baixa qualidade, com a intenção de emular uma sonoridade mais setentista possível. O grupo foi crescendo e fazendo tours com importantes grupos da cena Stoner como Orange Goblin, Graveyard e o próprio Grand Magus. Até que, para seu quarto e último álbum lançado, " Legend", o Withcraft assinou com a grande Nuclear Blast, o que garantiu uma produção mais caprichada do trabalho. Magnus Pelander se desfez da guitarra, para se dedicar mais aos vocais, enquanto praticamente um novo grupo fora formado ao seu lado.
Legend ( 2012)
Para quem quer conhecer o som da banda, " Legend" se mostra como a melhor opção. Todas as qualidades mostradas nos álbuns anteriores se evidenciam ainda mais neste registro. Como definição, o que temos nele é um Stoner Metal, recheado de influências do Hard e Heavy Metal setentista, principalmente de Pentagram ( influência inicial) e Black Sabbath. Porém, o grupo apresenta seu DNA próprio e em comparação a estes, seu som é mais maleável, melódico e menos sombrio. Magnus Pelander apresentou uma baita evolução nos vocais, melódicos e agressivos no ponto certo. Um constante e apurado trabalho de guitarras gêmeas somado a uma cozinha marcante e bem trabalhada configuram um instrumental coeso e técnico, mas sem excessos. Altamente indicado para fãs de Sabbath, Pentagram e Thin Lizzy. O álbum é excelente do início ao fim, mas como destaques indico: "Deconstruction", " Flag Of Fate", " An Alternative To Freedom" e " Dystopia".
Grand Magus
O Grand Magus é um super power trio, originário de Stockholm, Suécia, formado pelo vocalista e guitarrista Janne "JB" Christofferson, baixista Fox Skinner e o baterista Fredrik "Trisse" Liefendahl. Para quem não sabe, o líder "JB", além de ter participado de outros projetos como uma participação vocal em um álbum do projeto de rock progressivo Ayreon, fez parte da banda Spiritual Beggars, cujo líder Michael Amott é mais conhecido por seu trabalho na banda de Death Metal Arch Enemy.
Apesar de ter fincado suas raízes no Stoner/ Doom Metal em seus dois primeiros álbuns, o som do Grand Magus foi sofrendo mutações ao longo do tempo e hoje é muito mais um Heay Metal tradicional com bastantes influências de Judas Priest e alguns resquícios da era mais Stoner.
Mesmo fazendo um som muito calcado em suas influências do passado, sem buscar muita autenticidade, o Grand Magus é daqueles exemplos de que não é necessário inovar pra fazer um baita som. Sua discografia é bastante regular e você sempre pode esperar muita qualidade vindo de seus lançamentos. No entanto, na minha opinião pessoal, a estréia "Grand Magus" segue sendo como o seu melhor álbum da carreira.
Grand Magus (2001)
A estreia do Grand Magus é até hoje o seu maior registro. Concentrando suas forças no blues rock e no Stoner Metal, com algumas pitadas de Doom, o álbum é recheado de canções marcadas por muito groove, riffs grudentos e pesados e uma áurea até bem rock and roll. Pra mim, um belo exemplar esquecido do Stoner Rock, que poderia figurar tranquilamente em listas de melhores do estilo. Os vocais graves e roucos de "JB" são um destaque a parte. O álbum flui muito bem do início ao fim e é uma perfeita trilha sonora para quem quer pegar uma estrada ou simplesmente degustar umas cervas. Meus destaques: "Gauntlet", "Legion", "Generator" e " Mountain Of Power".
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